O Indivisível.

"Assim como a chuva cai sobre os justos e injustos, 
deixa teu coração livre de julgamentos e faz chover 
teu Amor sobre todos, igualmente." 
(Buda)

 
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"Compreender isso será um benefício para vocês.
Quem não é capaz de conhecer Deus dentro do seu próprio eu, nunca será capaz de o conhecer de modo algum. Quem não conhecer ainda a Deus em seu próprio eu não o conhecerá nos outros tampouco.
O seu eu é a porta mais próxima para o divino.

Mas recordem que, o indivíduo que entra de repente em seu eu, encontra de repente a entrada para o Todo. A porta que conduz ao próprio eu é a porta que conduz a tudo. Assim que uma pessoa entra em seu ser, descobre que entrou em tudo, embora sejam diferentes externamente, internamente não o somos.

Externamente todas as folhas são diferentes entre si. Mas se uma pessoa for capaz de penetrar em apenas uma folha, chegaria a fonte da árvore, onde todas as folhas estão em harmonia. Cada folha vista por separado, é diferente mas quando tiverem chegado à fonte da qual emanam todas as folhas terá chegado a mesma fonte em que se dissolvem todas as folhas. Quem entra em seu eu entra simultaneamente em tudo.

A diferença entre "você" e "eu" só se mantém enquanto não tenhamos entrado em nosso próprio ser. O dia em que entremos em nosso ser, desaparece o eu e também o você. O que fica é o Todo.

Em realidade o Todo, não significa a soma do você e do eu. O Todo é onde nós nos dissolvemos, você e eu, e o que fica é o Tudo. Se o eu não se dissolver ainda podemos somar "eus" e "vocês", mas o Todo não será igual a verdade. Embora somemos todas as folhas, não aparece a árvore. A árvore é maior que a soma de todas as folhas. Quando somamos uma folha a outra, estamos achando que cada folha é independente. Mas uma árvore não está composta de folhas independentes, absolutamente.

Assim como quando entramos no nosso eu, ele simplesmente deixa de existir. O primeiro que desaparece quando entramos no nosso interior é a sensação de ser uma entidade separada, independente. E quando desaparece essa "eu-dade" também desaparecem a "você-dade" e a outro-dade". O que fica é o Todo.

Nem sequer é correto chamá-lo de Todo, tem também a conotação do velho "eu". Por isso os que sabem não querem chamá-lo de "o Todo". "Eles diriam: do que é a soma desse Todo?" O que é que estamos somando? (...)
Eles diriam apenas "Não ficam dois". Advaita significa isso, não exitem dois.
Assim, quando dizem Não dois, deduz-se que tampouco há três; dá-se  a entender que não há um, nem muitos, nem todos. Em realidade, esta diferenciação não é mais que uma visão apoiada na existência do eu. Assim, com a cessação da ilusória idéia de eu, fica o que é inteiro, o Indivisível.(...)

Um dia acontece que a idéia do indivíduo separado desaparece, e em consequência não vê nada mais que Deus. Portanto a gente não sente que Deus está na pedra. Onde está a pedra? Existe Deus.
Compreendem? A gente não sente que Deus existe na planta, nem existe na pedra. Em tudo que nos rodeia, em tudo o que vemos, apenas Deus existe. Assim ver Deus não depende de um exercício mental, mas de uma dissolução do eu, de uma experiência pessoal.(...)

Não lhes peço que comecem a ver Deus em tudo, lhes peço apenas que olhem para dentro e vejam o que há ali. A primeira coisa que desaparecerá será vós mesmos, esse eu que teima em existir quando olham para fora. Dentro ele desaparece, desvanece. Vocês descobrirão pela primeira vez que esse eu era uma ilusão. Em realidade, a sensação de que "eu sou separado de você", só persiste até que olhamos dentro de nós. (...)

Se eu não estiver ali, quem estará? A experiência que fica depois do desaparecimento do eu, é a experiência de Deus.

A experiência se volta expansiva imediatamente ao deixar cair o eu, também cai o você, cai o ele e só fica um oceano de conhecimento.
Neste estado verá que só Deus é."

Osho é que é Deus?

Deus não é uma pessoa. Isto é provavelmente o mais longo mal entendido da história. Sempre que uma mentira é repetida por séculos ela parece verdade, mas não é.

Deus é presença, não uma pessoa. É por isso que toda adoração é sem sentido. O espírito de oração é necessário, a oração não. Não existe ninguém para rezar, não existe possibilidade de diálogo entre você e Deus. Diálogo é possível apenas entre duas pessoas, e Deus não é uma pessoa mas uma presença - como a beleza, a alegria... o amor..

Deus simplesmente significa piedade.
Por causa  da existência de Deus. Enfatizar que Deus é uma qualidade, uma experiência - como o amor. Você não pode falar sobre o amor, você precisa vivê-lo. Você não precisa criar templos ao amor, você não precisa criar estátuas ao amor, e se prostrar aos pés dessas estátuas, isso é um contra-senso. (...)

O homem tem vivido sob a pressão de um Deus enquanto pessoa, e duas calamidades tem surgido em função disso: Uma é o chamado homem religioso, que acredita que Deus está em algum lugar no céu e você precisa rezar para ele, para persuadi-lo a realizar seus desejos e a saciar suas ambições , para lhe dar prosperidade neste mundo e no outro mundo também. E isso é puro desperdício.

E no pólo, oposto pessoas que vêem a estupidez de tudo isso e se tornam ateístas; negam a existência de Deus. Eles tem um fundo de razão, mas ainda assim estão equivocados. Eles começaram negando não só a personalidade de Deus, mas também a experiência de Deus.

Os teístas estão errados e os ateus estão errados; o homem precisa de uma visão nova, logo ele precisa sair dessas duas prisões.

Deus é a experiência definitiva do silencio, da graça, uma dimensão de celebração profunda incondicionada. Uma vez que você experimente Deus, acontece uma mudança radical em seu Ser. Então oração não é mais válida, a meditação se torna importante.

Martin Buber dizia que orar é um diálogo entre você e Deus.
Ainda existe uma relação entre eu - você, a dualidade persiste.

BudaBuda está mais perto da verdade; você simplesmente salta para fora da mente, escorrega para fora da mente como uma cobra troca de pele. Você se torna profundamente silente. Não existe nenhum diálogo, nenhuma pergunta, nem monólogo tão pouco. Palavras desaparecem da sua consciência. Não existem desejos a serem cumpridos.
A unicidade é aqui e agora. Nessa tranquilidade, nessa calma total, você se torna consciente da qualidade luminosa da existência.

Então, as árvores, as montanhas, os rios, as pessoas, tudo subitamente resplandece com uma aura luminosa. Tudo é radiante, e tudo é a vida única se expressando sob infinitas formas.
O florescimento da existência em um milhão de formas, em um milhão de flores.

Esta experiência é Deus!
E todo mundo faz parte, porque você pode saber disso ou não, você ainda assim faz parte disso. A única possibilidade que existe é reconhecer isso ou não.

A diferença entre uma pessoa iluminada e outra que não é iluminada, não é uma qualidade, ambas são absolutamente iguais. Existe apenas uma pequena diferença: a pessoa iluminada é ciente, e reconhece o final que permeia a totalidade, reconhece a essência sempre presente permeando tudo, vibrando, pulsando. Ela reconhece a batida do coração do universo. Ela reconhece que o universo não está morto, o universo é VIVO! Essa Vida é Deus!

A pessoa que ainda não alcançou a iluminação ainda dorme, vive nos seus sonhos. É claro, quando você não está desperto para sua própria realidade, como você pode despertar para a realidade dos outros? A primeira experiência precisa ser sua própria. Uma vez que você descubra a luz em você mesmo, você está apto a ver a luz em toda parte.

Deus precisa ser desembaraçado de todos os conceitos de personalidade. Personalidade é uma prisão. Deus precisa ser desembaraçado de qualquer forma particular; só assim pode assumir qualquer forma. Ele precisa ser desembaraçado de qualquer nome particular, só então pode assumir todos os nomes.

Então, a pessoa vive em perfeita oração. (...) No entanto tudo o que ela diz é oração, tudo o que ela faz é oração e nessa oração ela cria seu templo. Ela está sempre se movendo nessa oração viva. Onde ela se senta se torna um lugar sagrado, tudo o que toca se transforma em puro ouro.
Se permanece em silencio, seu silencio é ouro, se fala então seu som é ouro. Se está só, sua solitude é divina, se está com outras pessoas suas relações são divinas.

O básico, o mais importante é estar desperto para seu Ser mais profundo, porque este é o segredo de toda a existência.

Meditação possui duas partes, o início e o fim.
O início é chamado Dhyana, e o fim é chamado Samadhi.
Dhyana é a semente, samadhi é a flor.
Dhyana significa se tornar consciente de todos os trabalhos da mente, e todos os truques da mente - memórias, desejos, pensamentos, sonhos - estar consciente de tudo o que se passa dentro de você.

Dhyana é se tornar consciente, e samadhi é quando o consciente se torna tão profundo, tão total que é como o fogo que consome a mente e todas as funções. Consome pensamentos, desejos, ambições, esperanças, sonhos. Consome todo o complexo que preenche a mente.

Samadhi é a dimensão onde a consciência está presente, mas nada mais resta dentro de você. A luz está presente mas não há mais objetos a serem iluminados.

Comece com Dhyana, com a meditação e o final será Samadhi, o êxtase, e você saberá o que é Deus!
Não é uma hipótese, é uma experiência.
Você precisa VIVER!
É o único modo de conhecê-Lo."
Osho em I am That - Talks on the Isha Upanishad

"Há muitos caminhos errados até Deus, mas apenas um certo.
Um dos errados é procurar Deus por medo. A pessoa só pensa que está indo para algum lugar, mas não está. Por isso, é um caminho errado.

Como você pode chegar a Deus se está caminhando com medo? A tendência natural quando você tem medo é fugir. Você se afasta, se distancia de Deus, em vez de se aproximar dele.
As pessoas religiosas são definidas como tementes a Deus. Uma pessoa religiosa nunca tem medo de Deus, ela o ama.

O homem também pode se aproximar de Deus por meio da ganância. É o caminho errado de novo, pois a ganância significa que você quer explorar, significa que você tem certos desejos que quer realizar por intermédio de Deus - Deus não é a sua meta. Você quer dinheiro, quer poder, quer o paraíso, quer todos os prazeres do paraíso. E, como tudo isso só pode ser obtido por meio de Deus, por compulsão você se entrega a ele. Mas Deus é o meio, não o fim, e reduzi-lo a um meio é feio. Deus é o fim supremo, não há nada além dele.

E assim por diante... Esse são os caminhos errados. Eles se parecem com caminhos, mas não são: eles são muros. O único caminho certo é o amor.

Ame mais, ame profundamente, ame pelo próprio amor e você se surpreenderá, porque, lentamente, lentamente, algo novo começará a acontecer em torno de si: a presença de Deus será percebida.

Um coração cheio de amor, lealdade, confiança, é exatamente a definição de uma consciência religiosa. Essas qualidades são necessárias. Sem elas, o indivíduo nunca pode ter consciência de Deus, do amor, da beleza, do tremendo esplendor da existência.
A existência se torna conhecida por meio do coração, não da cabeça, e o coração se aproxima da existência com profundo amor e confiança. Não há outro modo de comungar com o todo.

Essas qualidades lentamente transformam você. Elas o levam da confusão e da dúvida para uma certeza absoluta de saber. Elas o tiram do caos da cabeça e o levam à harmonia do coração. Lembre-se delas.

Orar não significa dizer algo a Deus, pedir alguma coisa; orar significa escutar Deus. Se você tem algo a dizer, só pode ser um "obrigado". Um simples "sim" basta. (...)
Você tem que aprender a verdadeira oração. Ela consiste no silêncio, consiste em escutar com profunda atenção. Deus quer transmitir algo a você - ele o está procurando, mas nunca o encontra, porque você sempre está ocupado demais.

Fique em silêncio, cada vez mais desocupado, cada vez mais disponível, e logo você começará a ouvir a pequena voz silenciosa no interior.
Deus não fala de fora, e sim a partir da sua essência mais íntima - ele já está lá. E conectar-se com sua essência mais íntima é a verdadeira oração. No momento em que você se conecta com a sua essência...é um momento de tanta glória, é tão estático que você pode se curvar em reverência, em profunda gratidão."
Osho em Meditações para a Noite

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